Entre os procedimentos cirúrgicos mais realizados, a abdominoplastia e a lipoaspiração tem seu destaque.
No pós-operatório destes procedimentos, o uso da cinta modeladora é algo muito comum, mas existe outro item que é geralmente usado e causa confusão nos pacientes, pois pensam ser a mesma coisa, estamos falando das placas abdominais, ou melhor, placas de contenção abdominal.
Elas servem para fazer a estabilização na região, ajudando na fixação e aderência da pele no local e reduzindo as chances de deslocamento dos tecidos e dobras que vão deixar marcas, promovendo assim uma cicatrização mais rápida e esteticamente mais bonita. Além disso, impedem a formação de edema (inchaço do pós-operatório) e a formação de seroma (acúmulo de líquido sob a pele), utilizada em parceria com a cinta.
O que nos traz à grande questão: se a função da placa é estabilizar a região em que foi feita a cirurgia, fazendo com que a cicatrização ocorra mais rápido, e se já utilizamos a cinta modeladora, que faz a mesma coisa, então por que existe a cinta? Por que utilizá-la?
A resposta é simples. Quando você senta, a cinta tem a tendência a dobrar, especialmente na região da cintura, podendo acumular inchaço em cima e embaixo dessa dobra, que além de causar desconforto, pode favorecer o aparecimento de fibrose. A placa, pela sua característica de ser mais firme, não permite que ocorra essa dobra, protegendo assim a região.
Existem tipos diferentes de placas, a mais utilizada por nós é não rígida na fase inicial e depois, indicamos a placa rígida abdominal, que serve para a região da frente do abdômen (frente da barriga) e a posição em que é utilizada depende da orientação médica. Geralmente a parte curva fica voltada para a região pélvica, mas existem casos em que ela fica virada para a região de cima da barriga.
Geralmente em conjunto com esta placa central são utilizadas placas laterais (em formato de oito) colocadas em várias regiões do corpo, geralmente na cintura, e a placa da lombar, que ajuda a reduzir o hematosseroma que é comum ocorrer nessa região, evitando assim a realização de punção pelo médico.
Esta placa rígida, como o nome já diz, é mais firme, mais resistente à dobra, mas existem outras com materiais mais macios, além de placas que chegam a dar a volta em torno do abdômen. A utilização de uma ou outra vai conforme a avaliação do cirurgião e do fisioterapeuta.
Apesar de seus benefícios, se for mal utilizada pode causar sérios problemas. Geralmente isto ocorre quando são colocadas de maneira errada pelo paciente.
Quando mal colocadas elas podem causar um edema, um inchaço adicional na parte de cima ou na parte entre as placas, onde elas não se encontram, causando um aspecto irregular na região, podendo inclusive facilitar o aparecimento de fibrose.
O tempo de utilização varia de acordo com cada paciente e evolução de caso, sendo o tempo normal de 1 a 2 meses. Nas nossas cirurgias o paciente sai da cirurgia com as espumas não rígidas, como em alguns casos de lipoaspiração e abdominoplastia e depois de uma a duas semanas da cirurgia, dependendo de cada caso, indicamos a troca da espuma pelas placas mais rígidas.
O acompanhamento individual de cada paciente é que irá determinar o melhor uso da placa de contenção abdominal.